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A Palavra de Deus é fonte de vida

05.09.2018 | 4 minutos de leitura
Igreja
A Palavra de Deus é fonte de vida

 

Por Luan Nobre de Macedo


A Bíblia não contém a Palavra de Deus, mas ela a é completamente, pois foi toda escrita sob inspiração do Espírito Santo (Cf. Dei Verbum, 9). O centro de toda escritura é o Verbo encarnado (Cf. Jo 1, 1-3; 14) que se fez homem e habitou entre nós, e que é o mediador e a plenitude de toda a Revelação de Deus, fonte da verdadeira vida (Cf. Dei Verbum, 2). O Verbo Encarnado é o Filho muito amado do Pai a quem Ele deseja que ouçamos. É o servo sofredor, o justo, o leão da tribo de Judá que dá testemunho do Pai através do Espírito, sendo a essência de toda Profecia e Escritura. Não devemos cultuar a Bíblia em si, simplesmente a letra, e sim todo o significado que Jesus dá para nossas vidas por meio dela.


Devemos mergulhar profundamente na Palavra. Não se preocupar somente com a genealogia, quem gerou quem, as sequências, memorização do lugar do livro, as citações, recitar tudo, referências e mais referências, sequências de textos parecidos em outros lugares. Isso é apenas ficar na Bíblia de forma superficial. Evidentemente que os profetas não tinham esse recurso, essa mídia para Isaías, nem para Jeremias e nem para Ezequiel ou qualquer outro daquele período. Eles andavam com a Palavra no coração. “Conservei tuas promessas no meu coração para não pecar contra ti” (Sl 119, 11-12).



Devemos ter cuidado para não nos tornarmos cultuadores de um livro e somente ler a Bíblia sem deixar a Palavra penetrar no íntimo do nosso ser. A busca na Palavra só se torna verdadeira quando se lê a Escritura tendo Jesus como chave de interpretação, como chave hermenêutica. Nisto o livro ganha a vida de Cristo e o Espírito Santo transforma essa percepção em Espírito e Vida em cada um. “Em verdade em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes seu sangue, não tereis vida em vós” (Jo 6, 53). Jesus ainda afirma: “As palavras que vos disse são espírito e vida” (Jo 6, 63). Tais palavras revelam uma realidade divina que só o Espírito pode fazer compreender e que é fonte de vida para o homem. 


Deus se revelar não é o bastante, mas é preciso que haja um acolhimento amoroso de nossa parte, para podermos ser tocados por sua ternura, bondade e sabedoria, desejosos de perceber Sua participação em nossa história, nos acolhendo com tudo o que temos e somos. Aquele que tem a vontade que vivamos de forma equilibrada, que nos inspira e aponta um futuro abundante e feliz diante Dele. Tudo isso nos faz transbordar de esperança.


A Bíblia não levanta voo, mas só a Palavra e o Espírito nos enchem da alegria de andar e conhecer a Deus, não simplesmente as informações a respeito Dele. É preciso entrar pela porta da Palavra e mergulhar neste nada aparente, mas pela fé, que requer a coragem de apostar no absurdo, voar em compreensão e discernimento. Tudo isso se Jesus for a chave de interpretação e a partir de nós mesmos ou de nossos achismos. Quanto mais isso entrar em nossa mente, mais o Evangelho crescerá e se dilatará em nossos corações, nos transformando em sinais de amor, esperança, fraternidade e vida para o outro.


Não tenhamos medo de beber a água da fonte inesgotável, que é a Palavra de Deus, pois ela nos faz viver como seres humanos capacitados para amar.

 

Referências bibliográficas

Documentos do Concílio Vaticano II, - São Paulo: Paulus, 2001. - (Clássicos de bolso).

Bíblia de Jerusalém, - São Paulo: Paulus, 2012. - (8ª Edição).

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