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Memória de São Camilo | Setembro: São Camilo e a passagem de Mt 25, 31-46

14.09.2020 | 3 minutos de leitura
São Camilo
Memória de São Camilo | Setembro: São Camilo e a passagem de Mt 25, 31-46

Ler Mt 25, 31-46

Camilo, em sua vida, foi capaz de fazer a experiência dos diversos tipos de atitudes relatados em Mt 25,35-36. Na juventude, ao se deparar com a perda de todos os seus bens no jogo, é bem provável que tenha passado fome. Sem suas vestes, também passou pelo frio. Podemos imaginar que nas noites frias, sob o relento, alguma alma caridosa tenha se compadecido de sua situação e dado a ele um manto para que se sentisse aquecido. Esteve sem teto, mas encontrou abrigo, quando acolhido pelos capuchinhos, a fim de trabalhar para eles. Camilo também se viu enfermo em muitos momentos da sua vida. De sua vida desordenada, trouxe consigo uma chaga incurável na perna direita. Pôde observar os maus tratos dados aos doentes. Passando pela doença e tomando consciência da condição de dor, experimentou no amor de Cristo o amor para com os irmãos doentes. 

Encarnou em si a figura do bom Samaritano (Lc 10,25-37), vivendo com fidelidade a passagem: “Estive [...] doente e me visitaste (Mt 25,36)”.
Percebemos que não foi apenas Mt 25,36, no que corresponde à parte sobre a visita aos doentes, que permeou a vida de Camilo, mas a passagem em geral (Mt 25,31-46). Mas sem dúvidas, foi no cuidado com os doentes que aquele jovem rapaz de Bucchianico encontrou o lugar para melhor servir a Deus. Por uma ação dinâmica, repleta de misericórdia, o vigoroso Camilo dedicou-se ao atendimento dos doentes. Em sua ação, quando tomamos como base Mt 25,36, percebemos que não se resumiu apenas a uma visita. Ao encontrar com o Cristo caído pelo caminho dos hospitais e casas da Itália, o bondoso Camilo sempre dispensava a ele a acolhida e os cuidados necessários. 

É no irmão que sofre pelas mais diversas maldades e injustiças que o cristão encontra a imagem de Deus refletida em sua face. Nesse discurso do juízo final (Mt 25,31-46), somos postos diante do Filho do Homem (Mt 25,31). Camilo, desde seu encontro mais profundo com Deus, sempre buscou também esta relação com o Reino. Buscando servir a Deus, Camilo viu no próprio Cristo o modelo de seguimento, servindo aos doentes.

A fé e a espiritualidade de Camilo levaram-no a transcender o aspecto do rosto do doente e nele saber ver e servir ao próprio Cristo. Do modo como Camilo soube abraçar esse dom de Deus em sua vida a serviço dos mais necessitados, também nós, que continuamos sua missão, somos chamados a ser agentes de acolhida. Não podemos deixar de ser bons samaritanos, devemos sempre buscar sarar as feridas do próximo com gestos concretos de amor.

Iluminados pela Palavra de Deus e pelo testemunho de Camilo, sejamos conscientes de que nosso trabalho é cuidar do próprio Jesus, encarnado na pessoa do doente. Que Deus nos dê a graça de exercer tal tarefa com responsabilidade e amor para que, quando nos encontrarmos com Ele no último dia, possamos ouvir a feliz saudação: “vinde, benditos de meu Pai! Recebi como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo”.

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