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Novena na Companhia dos Mártires da Caridade (Parte 2)

19.05.2018 | 10 minutos de leitura
São Camilo
Novena na Companhia dos Mártires da Caridade (Parte 2)

O dia dos Religiosos Mártires da Caridade foi instituído pela Consulta Geral no dia 2 de fevereiro de 1994, a ser celebrado em toda Ordem no dia 25 de maio, data do nascimento de São Camilo.


A celebração da novena dos Mártires da Caridade é uma ocasião privilegiada de revisitar a história de nossa Ordem e conhecer um pouco da vida de tantos religiosos que se imolaram no altar da assistência aos doentes. Momento oportuno de renovação interior e de retomada de entusiasmo apostólico para os religiosos e as comunidades.


Oração inicial (Rezar Oração Inicial para todos os dias)


Ó Deus, nosso Pai, nós te louvamos pela paixão, pela morte e ressurreição de Teu Filho Jesus, o mártir por excelência, do qual vem nossa salvação. Tu quiseste compartilhar o martírio Dele com nossos irmãos que dedicaram a vida no altar da caridade. Por amor a Ti e por fidelidade à sua consagração, dedicaram a própria vida até o último sopro, servindo as vítimas da peste e os marginalizados, testemunhando, assim, que ninguém tem maior amor do que os que dão sua vida por seus amigos.


Pai misericordioso, nós Te pedimos, pela intercessão de São Camilo e pelo exemplo desses homens de caridade, que se reforce em nós o desejo de servir sempre, com amor, Cristo, Teu Filho, nos nossos irmãos e irmãs doentes, desesperados e vítimas de desastres de qualquer natureza.

Santa Maria, amada por todos e venerada como Nossa Senhora da Saúde, escuta a nossa prece e intercede por nós junto a Teu Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que com o Pai e o Espírito Santo vive e reina nos séculos dos séculos. Amém!


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SEXTO DIA


(Oração inicial)


Padre João Batista Marapodio


Em 1606, por volta dos dezesseis anos, entrou para a Ordem, sendo acolhido por Camilo em Messina, na Sicília. Professou em 1608, no dia de Natal. Destacou-se pelo exercício de nosso ministério, que cumpriu “com amor visceral” (Regi a exemplo do Fundador, que sempre se esforçava em seguir.


Suas grandes virtudes: prudência, caridade e obediência às Regras foram apreciadas pelos superiores e pelo povo em Borgonovo Valtidone (Piacenza), onde foi superior da casa de cinco religiosos, quando a peste surgiu em 1630, muito provavelmente trazida pelos mercadores de Gênova e Milão, regiões que forneciam e distribuíam alimentos.


Pe. Marapodio, desde o início da epidemia, após uma fervorosa exortação aos coirmãos, dedicou-se integralmente ao ministério, servindo de exemplo para todos, ansioso por atender cada enfermo e por administrar os sacramentos a tempo. Chegava até os campos e vilarejos mais longínquos, lá onde não havia quem levasse socorro. Assim foi juntamente aos coirmãos, com os quais dividia o trabalho. Todas as noites organizava o trabalho do dia seguinte. Durante o período de maior contaminação, devido ao fato de os membros do Clero diocesano terem morrido ou estarem doentes ou terem fugido, Pe. Marapodio percorria toda a região de sobrepeliz e estola, munido de óleo para unção e da Eucaristia; de casa em casa, estabelecia regras, como, por exemplo, enterrar os mortos e desinfetar casas e construções, providenciando as necessidades básicas mais urgentes.

Após sua doença, continuou sua missão com extremo sacrifício, visitando as pessoas na cidade. Um dia ao regressar a casa, comungou, talvez acreditando que os outros dois coirmãos tivessem morrido, ajoelhou-se, aos pés do altar para rezar. Quando o Pe. Pinola entrou na casa com um coirmão, encontrou-o morto, curvado sobre si mesmo, no dia 10 de setembro de 1630, com apenas quarenta anos. Foi enterrado na igreja da Imaculada Conceição.


Logo que a notícia de sua morte se espalhou, houve grande comoção entre a população pela perda de um homem tão amoroso e zeloso. Os habitantes não esqueceram sua dedicação, e, assim que a epidemia foi controlada, os raros sobreviventes quiseram imortalizar sua memória com uma pintura.


Meditação


O importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá (Madre Teresa).


 Pai Nosso – Ave Maria – Glória.


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SÉTIMO DIA


(Oração inicial)


Irmão Jaques Giacopetti


Nasceu em Macerata, município italiano da região de Marche, em 25 de novembro de 1591, vindo para Roma por motivo de estudo, por volta de 1608. Frequentou por alguns anos o hospital Santo Spirito para aperfeiçoar-se em medicina e cirurgia. Ali conheceu Camilo, sua obra e outros religiosos, pelos quais se sentiu atraído. Pediu então para entrar na Ordem e obteve permissão em 1612. Foi enviado a Nápoles para o noviciado e, após a profissão, foi convocado novamente em Roma, no dia 30 de março de 1614. Tinha pelo Fundador grande veneração e via nele um modelo, por isso, o acompanhou durante os últimos meses de vida e na agonia. Seu lugar predileto para trabalhar era o hospital de Pammatone, em Gênova. Foi escolhido chefe dos enfermeiros e diretor geral, com a colaboração de outros coirmãos, “dirigia tudo, cuidava de tudo, providenciava tudo; ora aqui ora ali era visto sempre ocupado, a consolar os aflitos com doces palavras, a encorajar os temerosos com bem-aventuradas esperanças de fé, incentivando todos a ter paciência.


Para todos era como uma doce mãe próxima a seu filho moribundo, a qual doa todos os afetos de seu coração, as forças da alma para sempre encontrar alguma forma de amenizar as dores. E fazia tudo isso com generosidade, prontidão, espontaneidade, bom humor e com um bom coração. Por isso, todos retribuíam o amor e aceitavam com prazer os conselhos, os avisos, as advertências pelo bem das almas dos fiéis. O número de conversões obtidas foi grande com suas animadas exortações... e quase sempre obtinha êxito com tais propostas”.


Dispensou largamente suas energias às vítimas da peste, entre 1656 e meados de 1657, até que, em 10 de julho daquele ano, também ele foi vítima da peste. Em 14 de julho, dia do aniversário da morte do Fundador, foi transferido de seu quarto para a enfermaria, vindo a falecer aos 65 anos, como ele mesmo havia previsto.


Meditação


Suplicamos, Deus Pai, fonte de toda caridade, por intercessão de nosso santo Padre Camilo e, com o exemplo de nossos gloriosos mártires da caridade, saibamos viver em conformidade com nosso carisma:


 Deus Todo Poderoso e Eterno, Pai dos pobres, Consolo dos doentes e Esperança dos moribundos, nós Te glorificamos pelo dom da vida humana e pela promessa da vida eterna.

Sabemos que Tu estás sempre perto dos aflitos, dos pobres, de todos os fracos e daqueles que sofrem.

 Ó Deus de ternura e compaixão, aceita as orações que te oferecemos por nossos irmãos e irmãs doentes. Aumente neles a fé e a confiança em Ti. Conforta-os com Tua presença amorosa e, se esta for Tua vontade, devolve-lhes a saúde, dá-lhes força renovada no corpo e na alma.

 Ó Deus, fonte de todas as forças, cuida e protege todos os que cuidam dos doentes e assiste aqueles que estão morrendo. Dá-lhes um espírito corajoso e bondoso para proporcionar conforto e alívio. Faz deles um sinal ainda mais radiante de teu amor transfigurador. (São João Paulo II). 


Pai Nosso – Ave Maria – Glória.


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OITAVO DIA


Oração inicial 


Padre Sebastião Bianchi


Nascido em uma família nobre, por volta de 1631-1632 estudou na universidade de Bolonha. Em 28 de junho de 1632, entrou para a Ordem, em Roma. Iniciou o noviciado em 1º de julho de 1632 e professou em 2 de julho de 1634.


Pertenceu a várias comunidades, de Monreale a Gênova, de onde foi transferido para Madri, no final de 1644 permanecendo ali até a morte. Foi várias vezes superior e, finalmente, provincial da Espanha até 1672, ano de seu falecimento. Enfrentou um período difícil para a Província devido ao atrito entre italianos e espanhóis.


Em 13 de setembro de 1672 (o Regi refere dia 15), foi vítima de uma febre maligna adquirida enquanto trabalhava em um asilo de Madri. Segundo relatos do coirmão P. Boselli, seu companheiro no ministério, houve grande participação popular e manifestações de veneração, durante o solene funeral. O conde de Medellin chegou a “arrancar o dedo mindinho da mão direita”, outro queria seu chapéu e um terceiro seu rosário.


Meditação


Este é meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu Senhor; mas vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi e vos designei, para dardes fruto e para que vosso fruto permaneça. Assim, tudo que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vos dará. O que eu vos mando é que vos ameis uns aos outros (Jo 15, 12-17).


Pai nosso - Ave Maria - Glória.


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NONO DIA


Oração inicial 


Pe. João Batista Pasquali


Entrou na Ordem em 1588 e, em 3 de maio de 1592, estava entre os primeiros professos de Nápoles. Frequentou a escola do Fundador por muitos anos e foi por várias vezes seu companheiro de viagem. Pe. De Martino a seu respeito testemunhou: “religioso de muita virtude e caridade, entrou (para o serviço das vítimas da peste) com tanto fervor e espírito (apesar dos seus 60 anos), que estarrecia quem o observasse, mostrando-se incansável para a saúde das almas. Muitas vezes, no auge do verão, aparecia negro como suas roupas devido ao cansaço, porém tão alegre e brincalhão, que parecia sair de seu próprio corpo. Percorria as casas para ministrar os Sacramentos e, encontrando todos doentes, depois de cuidar da alma, cuidava do corpo: refazia as camas, aquecia a casa, cozinhava, alimentava os enfermos, lavava os pratos, varria a casa, alimentava as crianças e fazia tudo que os pobres necessitavam, de maneira que todos o chamavam de o caridoso. Iniciou seu trabalho em 26 de junho e, em 24 de julho, adoeceu com a peste”.


Durante três dias, foi medicado em São Paolino (Palermo), em seguida pediu para ser internado no lazareto comum, onde morreu em 31 de julho de 1624. 


Meditação


Nunca nos acostumamos à comoção de Jesus quando fala do adeus; encontramos no evangelho de João: “ninguém tem maior amor do que aquele que dá sua vida por seus amigos”. (Jo 15,13). Esse amor, suave e forte, é fonte de contínua surpresa, pois excede toda medida e todo cálculo. O amor aqui encontra a manifestação de sua concretude: dar a vida. Não é alguma coisa, um pouco de tempo. A medida do amor é não ter medida. O amor “tudo suporta”, dito no hino da caridade (1Cor 13); a única coisa que a caridade não suporta é que lhe sejam colocados freios e limites. O amor tem em si mesmo o ritmo do crescimento. O amor não é um vago sentimento, mas um fato perturbador, indomável diante de cada lógica.


Pai nosso - Ave Maria - Glória.

 

 

 

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