O que a JMJ nos ensina sobre vocação?

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) se aproxima, um encontro de jovens de todo o mundo com o Papa, em um ambiente festivo, religioso e cultural, que mostra o dinamismo da Igreja e dá testemunho da atualidade da mensagem de Jesus. Ao longo dos dias do encontro são realizados momentos intensos de aprofundamento espiritual, partilha e confraternização. Todos permeados por um tema especial definido, sendo diferente a cada edição. 

O evento surgiu em 1985, por meio de um decreto do Papa João Paulo II que, no ano anterior, no Domingo de Ramos, promoveu um encontro com os jovens na Praça São Pedro e se surpreendeu com a resposta ao convite: foram mais de 300 mil jovens a seu encontro na ocasião. O Papa aproveitou e escreveu uma carta especial a esses jovens na época.

Todo esse movimento fez com que o pontífice anunciasse a instituição da Jornada Mundial da Juventude, dando início a ela em 1986. Ou seja, São João Paulo II atendeu o chamado do povo, dos jovens, sua sede de Deus e da Igreja e, ungido pelo Espírito Santo, assumiu mais essa missão: a Jornada Mundial da Juventude.

Desde então, a cada três anos, os jovens e o Papa se encontram em alguma cidade em qualquer lugar do mundo para promover a aproximação entre si e a Igreja a fim de fortalecê-los na fé, orientá-los, abraçá-los e impulsioná-los à missão dada por Cristo de espalhar o Evangelho.

Em 2018, foi realizado também o Sínodo dos Bispos com a temática: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, escolha que permitiu ouvir os jovens, pois houve um período de preparação ao sínodo, no qual eles puderam se expressar sobre seus medos, sonhos, dificuldades e esperanças, esses que foram abordados durante o sínodo dos bispos e levados em consideração no discernimento da Igreja sobre como melhor acompanhar os jovens na trajetória rumo à vida eterna e pedirem em oração um mundo melhor.

E o que foi abordado no Sínodo dos Bispos refletirá também na Jornada Mundial da Juventude 2019, que será realizada na Cidade do Panamá, entre 22 e 27 de janeiro de 2019.

Para esta edição, o tema escolhido foi “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”, remetendo à ocasião em que Maria foi visitada pelo anjo Gabriel e concebeu a Jesus por meio do Espírito Santo em seu ventre.

Os dias de oração contribuem para interiorização e aproximação entre os jovens e Deus. Esses que tantas vezes buscam respostas sobre os caminhos, os medos, os sonhos, enfim, as escolhas de vida, e como podem ajudar a fazer a diferença no mundo.

O jovem por si só tem uma alma que renova, devido ao vigor da idade, a força para engajar e movimentar multidões é inerente a eles. E por isso também diversos papas já afirmaram que os jovens são o futuro da Igreja.

Além disso, por ser destinada exclusivamente aos jovens, a Jornada propicia, também, momentos de reflexão vocacional. Afinal, muitos dos participantes já atuam como missionários e por vezes estão na fase de avaliar e entender o chamado de Deus. E como para entender o chamado de Deus é necessário primeiramente se aproximar d’Ele, rezar pedindo sabedoria, discernimento e até buscando uma orientação espiritual, não há momento mais oportuno para viver uma experiência tão intensa de escuta aos planos de Deus para a vida de cada um.

 

Entender a JMJ como mais uma oportunidade de encontro com Deus e de encontro consigo mesmo a partir de Deus é um diferencial para o jovem que tem essa sede de seguir Seu caminho.

E para bem aproveitar esse momento tão especial e favorável, é preciso se preparar, se organizar, planejar. Voltar o olhar para Deus, estar de coração aberto, se confessar e permitir por meio dessa boa preparação que Deus faça morada no coração, que Ele possa entrar e falar o que Ele tem para cada um de nós.

Que os jovens possam buscar na JMJ um melhor discernimento vocacional, a fim de cumprir o que o Senhor propõe como missão a cada um deles. E que ouvindo esse chamado, cada um o acolha da melhor maneira para fazer a diferença no mundo e propagar, evangelizar ainda muitas outras gerações.